Quem trabalha com vedações, perfis automotivos, amortecedores ou juntas industriais já se deparou com problemas de falhas após alguns meses de uso: peças que perdem elasticidade, não vedam mais corretamente e precisam ser substituídas antes do previsto. O que causa isso? Muitas vezes, o responsável é uma propriedade chamada compression set.

O  ensaio para avaliar o compression set de um materia mede o quanto este  material consegue recuperar sua forma depois de ser comprimido por um tempo, sob determinada carga e temperatura. Em outras palavras: mostra a capacidade de memória elástica e de resiliência do  elastômero, ou seja, o ensaio mede o quanto o material deforma ao ponto de não retornar ao seu estado inicial depois de sofrer uma compressão. .

Em diversos segmentos industriais, entender e controlar o compression set é essencial para evitar retrabalhos, reduzir custos e oferecer mais segurança e durabilidade ao cliente. Saiba mais sobre o teste!

O que é o compression set?

O compression set (ou deformação permanente por compressão) mede o quanto um elastômero perde de altura inicial (h₀)  após ser comprimida entre duas placas e mantida sob compressão por um tempo e temperatura definidos em norma, como a ASTM D395 e ISO 815..

Se o material não volta totalmente à sua forma original, significa que há uma deformação permanente — e dependendo do quanto for a deformação isso pode comprometer a vedação ou a função da peça.

👉 Resumindo: quanto menor o compression set, maior a capacidade do material de manter sua função por mais tempo, tendo assim um melhor desempenho em vedações, amortecimentos e garantindo uma maior durabilidade.

compression set

Por que o compression set é importante na escolha de materiais elastoméricos?

O teste de compression set é um dos principais parâmetros para prever a vida útil de elastômeros em campo. Ele impacta diretamente em aspectos como:

compression set

Na prática, ao avaliar o compression set, engenheiros conseguem selecionar o elastômero que melhor equilibra custo, desempenho e durabilidade, de acordo com as condições de trabalho do produto final.

Qual o impacto disso?

  • Vedação: em juntas, O-rings e perfis, o material precisa manter pressão de contato. Se “achata”, perde a vedação.

  • Amortecimento: em coxins e batentes, o material deve absorver impactos continuamente. Se ficar deformado, perde eficiência.

  • Durabilidade: quanto menor o compression set, mais longa a vida útil da peça, reduzindo trocas e manutenções.

Exemplo prático:
Um perfil de vedação automotivo precisa manter a mesma pressão de fechamento por anos, exposto ao calor e ao clima. Se o elastômero escolhido tiver alto compression set, o perfil se deforma e começa a deixar passar água, poeira e até ruído — gerando custos de retrabalho e insatisfação do cliente.

Como é feito o ensaio de compression set?

O teste segue normas como ASTM D395 e ISO 815 (variações de compressão sob deformação constante ou sob carga constante). O laboratório prepara corpos de prova padronizados, mede a espessura inicial (altura inicial h₀), comprime por um tempo (dezenas de horas, por exemplo) a uma temperatura definida (ambiente ou elevada) e, depois, mede a espessura após recuperação (espessura final h₁).

Passo a passo típico

  1. Preparação da amostra: corpos de prova moldados com dimensões normativas; acondicionamento prévio quando exigido.

  2. Montagem no dispositivo: anéis/arrasadores limitam a deformação (deflexão) ou aplicam carga constante, conforme o método.

  3. Exposição: tempo e temperatura definidos na norma ou no seu plano de validação (condições que simulam o uso real).

  4. Recuperação: após retirar a compressão, aguarda-se o tempo especificado para a medição final.

  5. Cálculo do índice: expressa-se o compression set (%) como deformação permanente — quanto menor, melhor.

compression set

Dica: utilize réplicas e estatística básica (desvio-padrão, intervalo de confiança) para comparar materiais/processos com segurança.

Esse resultado é expresso em percentual. Por exemplo: se o material perde 30% da espessura original, significa que ficou com compression set de 30%.

O que influencia no compression set?

Vários fatores podem alterar o desempenho de um elastômero em relação ao set:

Tipo de material

  • TPV: bom equilíbrio entre elasticidade e processabilidade.

  • TPU: ótima resistência ao desgaste, mas pode sofrer em alta temperatura contínua.

  • COPE (TPE-E): resistente a calor e química, ideal para dutos e coifas.

  • Silicone: referência em aplicações de alta temperatura, mas com custo mais elevado.

Outros fatores

  • Formulação: aditivos e cargas podem melhorar a processabilidade, mas afetar a recuperação do material.

  • Processo de transformação: secagem inadequada, excesso de temperatura ou resfriamento mal controlado podem aumentar o set.

  • Projeto da peça: paredes muito finas, compressão excessiva ou geometria inadequada prejudicam a recuperação.

  • Condições de uso: calor constante, óleos e produtos químicos aceleram a deformação permanente.

Comparativo de Compression set em diferentes materiais 

Abaixo apresentamos um gráfico comparativo do Compression Set  para diferentes materiais (condições padrão 22h / 70 °C / 25% compressão) a fim de ficar mais claro esta propriedade dentre os materiais mais utilizados em aplicações que requerem atenção nesta característica.

Vale ressaltar que o compression set pode variar de acordo com a estrutura química, cristalinidade ou grau de reticulação do material, dureza, tipo de base (como no TPU), temperatura de trabalho e presença de plastificantes.

compression set

Exemplos por setor

  • Automotivo: perfis de porta em TPV garantem fechamento constante sem rangidos ou vazamentos.

  • Industrial: O-rings em bombas precisam de elastômeros com baixo compression set para evitar vazamentos precoces.

  • Eletrodomésticos: Vedações de portas de forno exigem materiais que resistam à compressão mesmo em altas temperaturas.

Boas práticas para reduzir problemas com compression set

  • Escolher a família de elastômero certa para cada aplicação.

  • Dimensionar corretamente a compressão da peça (nem demais, nem de menos).

  • Ajustar parâmetros de processo de injeção ou extrusão para evitar degradação do material.

  • Testar o desempenho em condições semelhantes às de uso real, e não apenas em laboratório.

Compostos do Brasil: sua parceira na escolha do material certo

Como vimos, conhecer o compression set é fundamental para selecionar compostos elastoméricos adequados.

Nesse processo, empresas que buscam alta performance precisam contar com parceiros que dominam a avaliação técnica dos compostos.

Na Compostos do Brasil, sabemos que cada aplicação tem exigências específicas e que o compression set é decisivo para a confiabilidade das peças.

Por isso, oferecemos um portfólio completo de elastômeros termoplásticos — TPV, TPU, COPE, TPE-S/TPS (TPE), SBS  e soluções especiais — de fabricantes globais reconhecidos como FCC, Arkema, Eastman, Denka, Thermoblend e Miracll.

Nosso time técnico auxilia cada cliente na análise de requisitos, seleção da matéria-prima e suporte no processamento, para que a escolha final seja a melhor em performance, durabilidade e custo-benefício.

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