A resistência ao impacto é uma das propriedades mais relevantes quando falamos de materiais termoplásticos para aplicações industriais. Para engenheiros, profissionais de produção e manutenção, compreender como um material se comporta frente a choques e esforços repentinos é essencial para garantir segurança, durabilidade e confiabilidade de peças e componentes.

Em setores como automotivo, construção civil, eletrodomésticos e embalagens industriais, selecionar um material com resistência adequada ao impacto pode determinar o sucesso de um projeto. 

Para entender melhor o conceito, como é medido, os fatores que influenciam seu desempenho e quais aditivos e/ou cargas podem ser usados para melhorar essa característica, acompanhe o conteúdo.

O que é resistência ao impacto?

A resistência ao impacto representa a capacidade de um material absorver energia proveniente de choques ou forças súbitas sem se romper. Em termos práticos, ela indica se uma peça pode suportar quedas, batidas ou esforços repentinos sem comprometer sua integridade estrutural.

Materiais com alta resistência ao impacto dissipam energia de maneira eficiente, evitando fraturas e aumentando a confiabilidade do produto final. Por outro lado, materiais frágeis apresentam ruptura fácil, mesmo sob esforços moderados, o que pode gerar falhas críticas em aplicações industriais.

Exemplo: um painel de eletrodoméstico fabricado com um termoplástico de baixa resistência ao impacto pode quebrar ao sofrer uma queda, enquanto o mesmo componente produzido com um material formulado para alta resistência mantém a integridade e funcionalidade.

Como a resistência ao impacto é medida?

A avaliação da resistência ao impacto é feita por meio de ensaios padronizados, que garantem comparabilidade e confiabilidade dos resultados:

  • Ensaio Charpy: o material em formato padronizado é atingido por um pêndulo, medindo a energia absorvida.

  • Ensaio Izod: semelhante ao Charpy, mas com uma das extremidades do corpo de prova fixada.

  • Queda de dardo (Drop Weight): avalia a resistência do material a impactos de diferentes massas e alturas.

Esses testes devem seguir normas internacionais, como ASTM, ISO e ABNT, assegurando dados precisos e confiáveis para a tomada de decisão na seleção de materiais.

O que pode influenciar a resistência ao impacto de um material?

Diversos fatores determinam como um termoplástico responderá a impactos:

Tipo de polímero

Alguns termoplásticos, como o PEAD (HDPE), tendem a ser relativamente tenazes, enquanto polímeros amorfos como o poliestireno (PS) são, em geral, mais frágeis — embora o poliestireno de alto impacto (HIPS) contenha fase de borracha para aumentar a tenacidade.

Temperatura

A performance de muitos plásticos varia com a temperatura. Materiais podem se tornar mais rígidos e frágeis em baixas temperaturas, aumentando o risco de fraturas.

Espessura da peça

Peças mais finas absorvem menos energia antes de quebrar, tornando-se mais suscetíveis a falhas.

Aditivos e/ou cargas

Incorporar modificadores de impacto, elastômeros ou cargas minerais pode aumentar significativamente a resistência ao impacto, equilibrando rigidez e ductilidade.

A formulação correta do composto é crucial para alcançar o desempenho desejado, entregando peças mais seguras e duráveis.

O que significa um material ser resistente ao impacto?

Como vimos, a resistência ao impacto é a capacidade de um material absorver e dissipar a energia de uma batida ou queda sem trincar ou quebrar. A exemplo de uma peça que cai no chão: se ela só amassa um pouco e continua funcionando, ela tem boa resistência ao impacto.

Dúctil × Frágil (o comportamento que você vê na prática)

Na prática, a diferença entre um material dúctil e um frágil está em como ele “avisa” antes de falhar:

  • Dúctil (resistente): o material se deforma visivelmente antes da ruptura. Ou seja, ele absorve energia e mostra sinais de que está prestes a falhar. É como um clipe de papel que pode ser dobrado várias vezes antes de quebrar.

  • Frágil: o material rompe de forma abrupta, sem deformação prévia. A fratura é repentina, gerando trincas que se propagam rapidamente. É o caso do vidro, que quebra sem aviso ao sofrer um impacto.

👉 Em resumo: materiais dúcteis são mais tolerantes a impactos, pois conseguem dissipar energia, enquanto os frágeis falham de maneira inesperada, o que pode comprometer a segurança da aplicação.

Onde isso aparece no dia a dia 

  • Montagem por pressão/encaixe: materiais mais tenazes toleram melhor pequenas folgas e esforços localizados;
  • Manuseio e logística: quedas de bancada, batida de pallet e vibração no transporte;
  • Uso do cliente: batidas ocasionais, torções e variações de temperatura.

O design também influencia muito

  • Cantos vivos e entalhes concentram tensões → mais chance de trinca;
  • Espessura muito fina limita a energia que a peça consegue absorver;
  • Pontos de injeção e soldas mal posicionados podem virar “inícios de trinca”.

Boas práticas rápidas

  • Arredonde cantos, distribua esforços e evite mudanças bruscas de seção;
  • Se a peça vai operar em frio, prefira compostos a “baixa temperatura”;
  • Avalie modificadores de impacto quando o projeto exigir tenacidade extra.

Essas características são essenciais em componentes estruturais, peças automotivas, eletrodomésticos e embalagens protetivas, nos quais a integridade do material faz diferença direta na operação e no desempenho.

Exemplos de aplicações do dia a dia

  • Automotivo: para-choques, carenagens e caixas de bateria exigem absorção de energia sem trincar;
  • Eletrodomésticos: gabinetes e painéis em ABS/HIPS precisam resistir a batidas e quedas no uso cotidiano;
  • Construção: dutos e conexões que sofrem impactos na obra/instalação;
  • Embalagens: frascos/caixas devem suportar queda de dardo sem ruptura do conteúdo.

Por que essa propriedade é tão relevante na escolha de materiais?

A resistência ao impacto influencia diretamente:

Segurança do usuário e compliance

Peças com alta resistência ao impacto reduzem falhas catastróficas por trincas instantâneas, preservando a integridade do produto e do usuário (ex.: tampas, carcaças, proteções). 

Durabilidade, TCO e manutenção

Materiais mais tenazes suportam eventos imprevisíveis (quedas, batidas, vibração) e ciclos térmicos sem iniciar trincas, reduzindo retrabalho, garantias e custo total de propriedade ao longo da vida útil.

Performance em serviço e estabilidade dimensional

Tenacidade equilibrada com rigidez e estabilidade térmica evita deformações permanentes após impactos e mantém encaixes e tolerâncias funcionais, especialmente em montagens com múltiplos componentes.

Setores que dependem fortemente desta propriedade incluem automotivo, construção civil, eletrodomésticos e embalagens industriais, nos quais materiais frágeis podem comprometer processos produtivos e a segurança do produto.

Quais aditivos e/ou cargas aumentam a resistência ao impacto de compostos termoplásticos?

Alguns componentes podem ser incorporados aos termoplásticos para melhorar sua resistência ao impacto: elastômeros como TPE, TPV, EPDM, SEBS e outros são amplamente utilizados como modificadores de impacto em diferentes polímeros — como PP, PS, PVC e POM. 

Sua principal função é aumentar a ductilidade do material, permitindo que absorva mais energia antes da ruptura. Isso amplia a segurança e a durabilidade das peças em aplicações que exigem resistência a choques ou quedas.

Além dos elastômeros, também podem ser utilizadas cargas minerais (como carbonato de cálcio, mica e sulfato de bário) para ajustar propriedades específicas em termoplásticos. Nesse caso, o desafio é sempre equilibrar tenacidade, rigidez, custo e aparência, já que um ganho em resistência ao impacto pode implicar redução de brilho, alterações de densidade ou maior dificuldade de processamento.

👉 A formulação ideal deve considerar a combinação correta entre elastômeros e cargas, bem como fatores de uso final, como exposição a UV, contato químico e variações de temperatura.

Quais compostos termoplásticos têm alta resistência ao impacto?

Alguns termoplásticos que podem apresentar alta resistência ao impacto, especialmente com o uso de modificadores, incluem:

Esses materiais podem ser formulados para atender às exigências de diferentes aplicações industriais, garantindo robustez, segurança e durabilidade.

 

Material / Composto  O que é Por que tem boa resistência ao impacto Exemplos de aplicação
Polipropileno (PP) com modificadores de impacto Polímero leve, muito usado em embalagens e peças técnicas. Os modificadores (ex.: elastômeros) aumentam a capacidade de absorver choques sem trincar. Para-choques automotivos, embalagens industriais, caixas reutilizáveis.
Poliestireno de Alto Impacto (HIPS) Versão modificada do poliestireno comum. Estrutura com borracha dispersa no polímero, que dissipa energia em impactos. Eletrodomésticos, brinquedos, carcaças de eletrônicos.
ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno) Termoplástico de engenharia com excelente equilíbrio entre rigidez e impacto. A fase butadieno (borracha) garante alta resistência ao choque sem perder estabilidade. Peças automotivas, capacetes, móveis plásticos, carcaças de ferramentas.
PA (Nylon) reforçadas Polímeros que podem ser reforçados com fibras de vidro. O reforço estrutural aumenta a rigidez e a resistência mecânica, mantendo boa absorção de impacto. Engrenagens, componentes automotivos, conectores elétricos.
Compostos com elastômeros Mistura de polímeros rígidos com borrachas termoplásticas. O elastômero atua como “amortecedor”, absorvendo energia de choques. Calçados técnicos, peças esportivas, embalagens resistentes.

 

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